Por currículo se entende, geralmente, tudo que é suposto de ser ensinado ou aprendido, segundo uma ordem determinada de programação e sob a responsabilidade de uma instituição de educação formal, nos limites de um ciclo de estudos. Por extensão, o termo me parece fazer referência ao conjunto dos conteúdos cognitivos e simbólicos (saberes, competências, representações, tendências, valores) transmitidos (de modo explícito ou implícito) nas práticas pedagógicas e nas situações de escolarização, isto é, tudo aquilo a que poderíamos chamar de dimensão cognitiva e cultural da educação escolar. Assim definido, o currículo pode ser objeto de vários tipos de enfoques:
1) analítico e descritivo: utilizado pelos sociólogos e historiadores da educação e outros representantes das ciências sociais;
2) normativo e prescritivo (ou essencialmente “crítico”): pelos filósofos da educação e todos aqueles que, desde o início das instituições de ensino, refletem (em um determinado contexto e em função de um determinado público) sobre o que deveria ou poderia ser ensinado;
3) operatório e tecnicista: pelos especialistas na elaboração e na implementação dos programas escolares, ou, finalmente,
4) “eclético”, que combina diversos aspectos (elucidação, prescrição, construção): pelos que estudam e ensinam didática.
Jean-Claude Forquin
Extraído de:
Educação & Sociedade, ano XXI, no 73, Dezembro/00
QUESTÃO PARA DEBATE:
Na escola, qual o currículo que predomina? Em sua opinião por que isso acontece?