quinta-feira, 16 de outubro de 2008

O currículo entre o relativismo e o universalismo (Trecho)

Por currículo se entende, geralmente, tudo que é suposto de ser ensinado ou aprendido, segundo uma ordem determinada de programação e sob a responsabilidade de uma instituição de educação formal, nos limites de um ciclo de estudos. Por extensão, o termo me parece fazer referência ao conjunto dos conteúdos cognitivos e simbólicos (saberes, competências, representações, tendências, valores) transmitidos (de modo explícito ou implícito) nas práticas pedagógicas e nas situações de escolarização, isto é, tudo aquilo a que poderíamos chamar de dimensão cognitiva e cultural da educação escolar. Assim definido, o currículo pode ser objeto de vários tipos de enfoques:

1) analítico e descritivo: utilizado pelos sociólogos e historiadores da educação e outros representantes das ciências sociais;
2) normativo e prescritivo (ou essencialmente “crítico”): pelos filósofos da educação e todos aqueles que, desde o início das instituições de ensino, refletem (em um determinado contexto e em função de um determinado público) sobre o que deveria ou poderia ser ensinado;
3) operatório e tecnicista: pelos especialistas na elaboração e na implementação dos programas escolares, ou, finalmente,
4) “eclético”, que combina diversos aspectos (elucidação, prescrição, construção): pelos que estudam e ensinam didática.

Jean-Claude Forquin

Extraído de:
Educação & Sociedade, ano XXI, no 73, Dezembro/00


QUESTÃO PARA DEBATE:
Na escola, qual o currículo que predomina? Em sua opinião por que isso acontece?

21 comentários:

Prof. Frei Luciano Vasconcelos, OSE disse...

Estou esperando os comentários

Unknown disse...

Operatório e tecnicista, pois a ,maioria das escolas visa preparar para exames seletivos e classificatórios.
Eduardo Marques

Palliative Care disse...

Bom, julgo ser em sua maioria mais operátório e tecnicista. Embora muitas escolas conseguem ser do tipo eclética, esta seria adequada, por possibilitar conhecimentos diversos que permitiria o desenvolvimentos de diferentes capacidades às crianças. Essa realidade na qual escolas em maioria oferecem um curriculun operatório e tecnicista, talvez ocorra pelo fato de existir um preocupação em proporcionar uma educação básica estruturada e por vezes as condições para ir além dessa esbarra em falta de investimentos financeiros ou vontade de fazer e ser diferente pelos que estão enolvidos direta ou indiretamente no processo educativo como o todo. Mas de fato, é necessário não se acomodar e tentar sempre buscar alternativas criativas para o incentivo de nossas crianças. Elayne Heide - Enfermagem.

Unknown disse...

Na maioria das escolas, na minha opinião o que predomina é o operatório e tecnicista,por que as nossas escolas são tradicionais;nas escolas públicas funciona aquele sistema de acomodação e falta de estrutura, com isso tornamdo inviavel o currículo ecletico e muitos e menos o crítico; já nas particulares tem como foco o "adestramento" para o vestibular.
Tallyta de F. Santos 5f

gesica disse...

operatorio e tecnicista pois a escola é o reflexo da sua sociedade e,para os brasileiros,o estudo so serve,em geral,pra preparar pra concursos e vestibulares,no qual qualquer outro tipo de conhecimento é desperdicio de dinheiro e tempo.
Gesica Peixoto 5Q

Unknown disse...

Sem dúvida, há uma predominância de currículos operatórios e tecnicistas nas escolas brasileiras e isso acontece por uma multiplicidade de fatores. Primeiro, é mais fácil fazer uma abordagem do conteúdo com um direcionamento tecnicista, pois um currículo desse tipo não ira propor um desafio cognitivo nem para o aluno e nem para o professor que cria um currículo ou segue um currículo pré-estabelecido. Em segundo lugar, como se não bastasse o fator acima, os pais (e até os alunos) estão mais interessados num "funcionalismo" do conteúdo escolar, o que significa que eles irão cobrar da escola o apoio para passar nos já tão falados exames seletivos. A escola então fica à mercê dos grandes vestibulares e concursos para se promoverem (isso é uma realidade que predomina mais no ensino particular). No final, a escola deturpa o conceito de educação para dar lugar apenas a um aspecto desse conceito, o treinamento.

Jommo Mota, turma 5N

Unknown disse...

Na maioria das escolas, o grande predominante é o currículo operário e tecnicista, pois é bem mais cômodo fazer com que os alunos decorem uma gama de conteúdo, do que incentivá-los a pensar suas próprias idéias e contestar o sistema.

Jurandi

Unknown disse...

Sem dúvida em nosso contexto educacional se aplica o modelo Operatório e tecnicista, já que para as escolas é muito mais cômodo, apenas repassar os conteúdos imutávelmente pré-estabelecidos, ao invés de elaborá-los juntamente com os que irão recebê-los e os que irão ensiná-los, visto que isso levaria tempo e dipensaria maior cuidado para que não fossem subjugados assuntos de importante valor, mesmo que não representassem interesse para os alunos. Esse "trabalho" que o modelo eclético traz consigo, é somado à visão preparatória exercidas pelas esscolas nos dias de hoje. Independentemente de serem públicas ou privadas, é para os processos seletivos que as escolas estão preparando seus alunos, e não para a vida, para a inclusão social, para o respeito à diversidade, para a interação, para o compartilhamento de idéias, opniões, conhecimentos e vivências.

Albaneide disse...

Acredito que não só na escola mas, no ambiente acadêmico predominam o currículo operatório e tecnicista. Visto que o sistema educacional, em sua maioria é universalista, prioriza o ensino do conteúdo científico acreditando que há saberes "públicos" aos quais todos devem ter acesso e que apresentam valor independentemente
de circunstâncias e interesses particulares. Isso acontece porque as instituições de ensino, os pais e a sociedade só querem ver e só dão valor ao resultado: aprovação no vestibular ou concurso público por exemplo. O mercado de trabalho, cada vez mais competitivo, faz com que as instituições de ensino afastem cada vez mais os conteúdos das ciências humanas do enfoque curricular merecido. O relativismo defende o questionamento da validade do que se ensina, priorizando o conhecimento dos diferentes modos de vida, dos conhecimentos especulativos do mundo e das tradições culturais. O currículo ideal para mim, deveria ser a união harmoniosa do universalismo com o relativismo, cujo currículo teria o enfoque eclético.

Albaneide S. Ferreira
Turma: 5F

Unknown disse...
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Unknown disse...

na minha opinião Operatório e tecnicista, principalmente nas escolas particulares pois elas preparam o aluno visando concursos.


Edjailson

Unknown disse...

O currículo operatório e tecnicista é o que predomina. Tendo em vista que a sociedade nos leva à uma competitividade e individualismos exagerados, onde se deve passar o menor tempo possível para se qualificar profissinalmente, esse é o tipo de currículo que se adequa as exigências do mercado de trabalho. Nesse tipo de currículo o sistema não está interessado no como o aluno aprendeu, muito menos no depois e no futuro do aprendizado. Mas sim no agora, na formação rápida para que a pessoa esteja apta à desempenhar as funções que são exigidas dela.
É muito técnico e pouco reflexivo e puramente imediatista.

marily jullis disse...

Sem sombras de dúvidas,o "operatório e tecnista".Por experiência própria, diversas e inumeras, foram às vezes que me deparei com esse tipo de sistema, que ve tornando a arte do ensino técnico e muito mais que simples,metódico.Não falo por todos, mas,boa parte dos professores que estão entrando no mercado, estão tentando trazer um novo método de ensino,porém, se deparam com um grupo(recinto)escolar formado, tradicional e, que busca desde cedo o preparo para os concursos e exames seletivos.É analogo(grosso modo), ao treinamento de cães,onde desde a primeira aula,tem de saber quais são os pontos positivos e negativos, para que, consigam aquilo que procuram e usem as suas facetas positivas a esse propósito.Por fim, as instituições de ensino treinam os alunos até a chegada do vestibular ou, a concurso que estão direcionados, portando-se como se o ensino fudamental e médio tivessem só a valhia de prepara para o grande e majestoso,ensino superior.
Marily jullis.

marily jullis disse...
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João Gondim disse...
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João Gondim disse...

Operatório e tecnicista, pois não é de interesse da sociedade formar pessoas críticas nas escolas, sendo o uso desse tipo de currículo um instrumento de manutenção da hierarquia social.

João Gondim, turma 5Q

Unknown disse...

Concordo com todos os outros sobre a predominância do currícelo operatório e tecnicista na escola brasileira. Entretanto, para acrescentar algo gostaria de salientar que acredito que ainda exista um curriculo analitico descritivo em uma parcela, digna de nota, das escolas do país. Principalmente no ensino fundamental, pois quanto mais próximo do vestibular mais tecnicista se torna o curriculo.

Isso está tão forte que professores de ensino médio fazem seus programas anuais baseados na Covest e na UPE, o MEC não passa nem perto. Esse fato é um bom ponto de partida para refletir sobre a que ponto chegou a escola brasileira.

Uma pesquisa da Veja revelou que a maioria dos professores ainda acredita que o papel da escola seja formar cidadãos, entretanto essa mesma pesquisa mostrou que a maioria dos pais e alunos vê a escola com a função de passar conhecimento e preparar para o mercado de trabalho, visão apoiada pela matéria parcial da revista. Sendo assim, como sobreviverão as outras formas de curriculo se o curriculo tecnicista é o desejado pela sociedade?

Se faz urgente uma reeducação social, uma mudança de consciência da população brasileira de um modo geral. E acredito que como professores teremos papel de destaque nessa jornada.

Lucas Andrade
5Q

karine disse...
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karine disse...

creio q operatório e tecnicista,pois a preocupação da maioria das pessoas e das escolas é apenas apreder o necessário para passar em algum concurso ou processo de vestibular e/ou seletivo.

Quem sou eu

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Professor de História, mestre em educação pela UFPE. Cristão anglicano e frade da Ordem de Santo Estevão Mártir (OSE). Secretário de Juventude da Diocese do Recife, Igreja sob autoridade Primacial da Igreja Anglicana do Cone Sul da América.